quinta-feira, 19 de março de 2009

Jogo

Adormeci.


Tentei entrar pela janela. Perdera sem chaves e estava demasiado frio para as procurar. Com um joelho apoiado no vão, empoleirei-me para dentro da casa, e o meu peso transferiu-se para frente, fazendo-me cair e aterrar em cima do sofá. O pó espalhou-se e eu recompûs-me.

Olhei para a primeira vez para a divisão. Era pequena e extremamente mobilada...quase como se toda a mobília fosse toda deslocada de todas as divisões para esta.

Olhei para o envelope que aquele vendedor de pão e vinho me dera com as instruções do que devia fazer para "mudar o sentido da minha vida". Já completara a parte de entrar na casa ainda que perdesse as chaves. O próximo objectivo, meio borrado, dizia: "Entar na sala de jogo".

Não quereria dizer "sala de jogos"? Um erro possível e admitível. Não vale a pena dar grande importância a isso.

Percorri a casa de acordo com a planta que vinha no envelope. Encontrei a tal divisão.

Abri a porta.

Subitamente, foi como se tivesse sido mudado para outro sítio. Atrás de mim não existia uma porta, e á minha frente, uma grande pirâmide circular estendia-se á minha frente.

Não percebi nada daquilo. Trovões rasgavam o céu negro infundido de tristeza, e o chão, florido e verdejante aguentava a própria felicidade a meus pés.

Retirei a hipótese de estar a sonhar pois estava demasiado consiente do que fazia...mas por outro lado...nada daquilo parecia real.

Paralisado, imobilizava-me de olhar o envelope. Não parava de pensar porque é que um simples vendedor me dera a hipótese de meter numa espécie de universo super mega alternativo cuja formação eram úm céu queimado, chão florido e uma glória circular.

Os meus joelhos tremiam. Os meus braços mal tinham forças para chegar á boca para a tapar de espanto. Os meus olhos, no meio da efémera tristeza pendida naquele lugar, repousavam noutro envelope, que se encontrava no primeiro lugar da tal glória.

Não queria estender sequer a mão para saber o que estava a dizer lá. Se o primeiro já me trouxera alí, nem me permitia pensar sequer onde aquele segundo me iria levar.

Não podia, não conseguia. Não queria. Éticamente, fisicamente tudo aquilo era impossível.

Pude, consegui: quis.

Estiquei a minha mão. O envelope era branco, e não tinha nada escrito nele...excepto...:"confia"

Demorei a re-tomar a minha decisão. Não sabia se sim.

Obedeci.

Abri o envelope, devagar. Lá dentro, trazia uma folha com um texto.

Obrigado. Foste corajoso, fiel o suficiente para abrires este envelope sem teres qualquer fundamento básico e inteligente para teres sequer uma razão para isso.
Á tua frente encontra-se um jogo, que já deves ter ouvido falar: a glória. Esta glória representa a tua vida. Vais começando cá em baixo, e á medida que vais avançando, subindo, vais ter que fazer sacrifícios até chegares ao topo. Até chegares á glória.
Á medida do jogo, vão existindo ajudas, guias, mãos de ajuda para te ajudar a não arredar pé.
Um conselho: não te abstenhas do que tens.

Consenti.

Pûs o primeiro pé na grande escadaria circular.

***

4 comentários:

Anónimo disse...

:-O Q giro! isso tem continuação?

luigi disse...

yepas...(:

e muiito demasiado complexo o 2º, nem sei se vai acabar giro x)

Anónimo disse...

Jogos da gloria metem m medo ahah

Quero ver essa continuaçao se sempre e assim tao complicada ou nao :P

B

Maria Francisca disse...

Yepas luis?
Vê lá o copyright.